Mês de Maio de 2022
Mês de Maio de 2022
Maio foi um mês conturbado na economia global. Na União Europeia, os desdobramentos da guerra no leste europeu têm afetado combustíveis e alimentos, fazendo com que a inflação acumulada alcance 8,1% no ritmo anual. Além disso, as projeções de crescimento do PIB foram revistas, de avanço de 4% para 2,7%. Desta forma, o continente sofre com gargalos duradouros na oferta e deve passar 2022 com uma inflação de 6,1% e deve crescer menos do que o esperado. Sobre Ucrânia e Rússia, o conflito segue sem resolução à vista. A Ucrânia tem 20% do seu território invadido. Além disso, a movimentação de Finlândia e Suécia para entrarem na UE gerou desconforto na Rússia e acentuou o embate de leste e oeste.
Nos EUA, o mês foi ruim também com o DXY (Índice do dólar) perdendo força, ao passo que o resto do mundo vem subindo juros. No início do mês, o Federal Reserve subiu em 50 bps a taxa de juros e trouxe um comunicado no meio do mês afastando aumentos maiores nas reuniões subsequentes. Todavia, os dados de inflação continuam altos, o mercado de trabalho americano diminuiu o ritmo, mas permanece acima do esperado e com a revisão do PIB do 1º trimestre pior do que o esperado, o mercado teme a calibragem do ajuste monetário para driblar a recessão e ancorar as expectativas de inflação.
Nos mercados asiáticos houve empolgação. Com a redução de casos de Covid na China e a reabertura ao final do mês, os investidores ficaram confiantes na atividade econômica do país. Os contratos futuros do minério de ferro, por exemplo, recuperaram as quedas do início do mês, decorrentes do lockdown. Ao contrário do resto do mundo, a China passa a injetar liquidez no mercado para corrigir os buracos decorrentes da política Covid zero, sendo o principal setor beneficiado o de infraestrutura. Entretanto, apesar da positiva abertura econômica, as tensões entre China contra EUA e Taiwan se acentuam e podem frear a liberação de sanções econômicas contra a China.
Por fim, no Brasil a inflação persiste em patamares elevados. O Banco Central tem 50 bps para a próxima reunião e não descarta ajustes na sequência. O IPCA-15, prévia da inflação, veio acima da mediana do mercado, teve 8 dos 9 grupos com variações positivas e demonstra que os núcleos estão contaminados. Ao final do mês, a privatização da Eletrobras foi um sinal positivo ao mercado, que enxerga possibilidades do mesmo processo em relação à Petrobras. Sobre a petrolífera, o governo federal tem debatido qual a melhor solução para conter a alta de combustíveis sem gerar uma interferência na empresa e ferir a estabilidade jurídica. O cenário é instável com um mercado preocupado com atitudes populistas, uma população encarando uma inflação alta e um governo buscando reeleição.
Novamente a bolsa brasileira foi na contramão dos mercados globais, com alta de 3,22% no mês. Com os dados de inflação do IPCA-15 e o risco fiscal, ao final do mês houve abertura da curva de juros. O mercado espera que aconteçam cortes nos juros já em 2023, entretanto a magnitude desse afrouxamento monetário não está clara e agrega volatilidade nos juros mais curtos.
O cenário global de commodities permanece favorável. Enquanto o petróleo mantiver seus contratos elevados e à medida em que a China injeta liquidez na economia, devemos ver um cenário favorável às exportações primárias.
Nos EUA, S&P e Nasdaq tiveram um mês muito ruim, dando continuidade à queda iniciada desde os princípios de aperto monetário. Em especial a Nasdaq, com as empresas de tecnologia. O mercado americano está turbulento ao passo em que os próximos encontros do FED podem sinalizar uma recessão ou uma inflação mais alta.
Indicadores | Mês | Acumulado Ano |
---|---|---|
CDI | 1,03% | 4,34% |
IBOV | 3,22% | 6,23% |
DÓLAR | -3,87% | -15,26% |
IFIX | 0,26% | 0,56% |
IMAB B5 | 0,78% | 6,25% |
IMAB 5+ | 1,16% | 3,17% |
IPCA | 0,27% | 4,57% |
POUPANÇA | 0,67% | 2,91% |
OURO | -6,69% | -15,45% |
S&P 500 | 0,01% | -13,30% |
Petróleo (WTI) | 9,36% | 51,84% |
IHFA | 1,10% | 8,75% |
*IPCA – Projeção
O mês de maio foi bastante positivo aos fundos de ações com alguns veículos performando melhor do que o Ibovespa, fato raro no ano pelos 3 meses de fluxo na bolsa. Dentre os destaques, podem ser citados o Avantgarde FIC FIA, que já vinha segurando a queda de abril mais do que o índice e agora teve performance superior na alta. Além dele, o Real Investor, fundo fundamentalista também apresentou bom desempenho.
Na renda fixa, a classe de FIDCs foi destaque com um mês positivo para o Empírica Lotus e o Valorem V. Na renda fixa também vale ressaltar o Sparta Debêntures Incentivadas e o Icatu Vanguarda. Os fundos de termo como o V8 Vanquish e o SF2 Trópico também agregaram resultados relevantes no mês.
Dentre os multimercados, os principais resultados vieram do Giant Zarathustra, fundo quantitativo que tem ajudado a segurar nas quedas e pegado os momentos de alta, o SPX Nimitz, que vem realizando um ano muito bom, e o Legacy Multimercado que também vem em uma sequência de meses bons.
Investimentos | Mês | Acumulado Ano |
---|---|---|
Renda Fixa | ||
VALOREM V FICFIDC 1 | 1,71% | 7,53% |
SPARTA DEBÊNTURES INCENTIVADAS FIC INFRA RENDA FIXA | 1,46% | 5,29% |
ICATU VANGUARDA CREDIT PLUS FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 1,27% | 5,52% |
ARX EVEREST FIC RENDA FIXA CRÉDITO PRIVADO | 1,24% | 5,39% |
EMPÍRICA LÓTUS FIC MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO | 1,23% | 5,24% |
Inflação | ||
NTNB 2024 | 0,91% | 6,05% |
NTNB 2035 | 0,96% | 3,25% |
NTNB 2045 | 1,32% | 3,23% |
Multimercados | ||
KAPITALO K10 FIC MULTIMERCADO | 2,93% | 13,78% |
CLARITAS QUANT FIC MULTIMERCADO | 2,57% | 7,95% |
GIANT ZARATHUSTRA FIC MULTIMERCADO | 1,44% | 8,01% |
SPX NIMITZ FIC MULTIMERCADO | 1,37% | 18,59% |
LEGACY CAPITAL II FIC MULTIMERCADO | 1,26% | 17,70% |
Ações | ||
AVANTGARDE MULTIFATORES FI AÇÕES | 4,02% | 5,03% |
REAL INVESTOR FIC AÇÕES BDR NÍVEL I | 2,72% | 7,35% |
VINLAND LONG BIAS FIC MULTIMERCADO | 1,97% | 10,05% |
ARX INCOME FIC AÇÕES | 1,73% | 3,63% |
DAHLIA TOTAL RETURN FIC MULTIMERCADO | 0,90% | 0,01% |
Enxergamos um curto prazo ainda interessante para as commodities, com a nebulosidade de uma resolução do conflito no leste europeu e a reabertura chinesa, demandando minério de ferro e petróleo. Sendo assim, mantemos o afinco no Kapitalo K10 que tem demonstrado boa capacidade de surfar nessa onda.
Acerca das posições no mercado de ações, enxergamos a necessidade de mantê-las, afinal é uma estratégia de longo prazo, entretanto entendemos que o cenário de alta de juros e a inflação podem afetar os mercados. Dessa forma, buscamos mesclar em nossas carteiras fundos que têm capacidade de segurar as quedas do mercado, como o Avantgarde, ao mesmo tempo que mantemos as posições fundamentalistas e confiáveis para o longo prazo como o Real Investor.
As condições monetárias ao redor do mundo ainda estão descalibradas. Enxergamos que há, principalmente na Europa, distorções entre o aperto monetário e a inflação projetada. O cenário se estende em menor grau para quase todo o globo, mas acarreta em boas oportunidades para fundos multimercados, em especial aqueles mais robustos e característicos de operarem globalmente como o SPX Nimitz, o Vinland Macro e o Legacy.
A renda fixa se mantém atrativa com a alta dos juros e a turbulência nos mercados de ações. Embora o cenário de crédito dos FIDCs tenha se tornado mais complexo, com empresas mais endividadas e enxergando menor atividade econômica, os fundos como Empírica Lotus e Valorem V têm contornado a situação e mantido indicadores que inspiram confiança.
Entendemos que a inflação está presente e não deve desaparecer em breve. As NTN-Bs de médio prazo, de 25 a 27 estão com condições interessantes, garantindo uma rentabilidade confortável e protegida no caso de uma não superação do ambiente inflacionário. Além disso, os fundos que operam os juros reais podem se beneficiar desse cenário de volatilidade na curva de juros e inflação.
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